quinta-feira, 21 de maio de 2015

ARCA DO TESOURO NACIONAL - TAGMAR: O PRIMOGÊNITO

Olá amiguinhos!

Seguindo a sequência de nosso projetos Arca do Tesouro Nacional, trazemos hoje àquele que é a pedra primordial do RPG brasileiro, e que abriu o caminho para novas publicações para o hobbie por aqui. É claro que estamos falando do primogênioto, TAGMAR.

Criado por Marcelo Rodrigues, Ygor Moraes, Julio Augusto Junior e Leandro Nahoum, e publicado pela extinta Editora GSA, o RPG foi o primeiro 100% brasileiro e tinha uma a intenção de abrir o mercado para esse tipo de jogo. Uma das novidades trazidas por Tagmar, é que ele concentrava todo o jogo em um único livro, diferente dos jogos importados como D&D e GURPS, e além disso, trazia um novo conceito de jogo, com ferramentas inovadoras, o que agregou muitos fãs ao sistema, até o encerramento das atividades da GSA no fim dos anos 90, quando o projeto parou, renascendo anos depois, em uma nova e atualizada versão.
E para nos contar um pouco mais de como foi essa experiência, nada melhor do que as palavras do autor do sistema, Marcelo Rodrigues, que  bateu um papo super bacana com a galera, conforme vocês podem conferir a partir de agora

SdM - Tagmar, foi o primeiro RPG produzido e editado no Brasil. Qual foi a proposta que o trouxe a tona?

MR - Bom, o Tagmar nasceu como um produto comercial, com proposta diferenciada, e fez bastante sucesso nos anos 90. Infelizmente, com o fechamento da GSA em 1997 ele deixou de ser publicado, e ficou alguns anos sendo utilizado somente com o material que já tinha sido impresso, e com as adaptações dos fans.

Livro Original de Tagmar

SdM - E o projeto atingiu seu objetivo inicial?

MR - Certamente! Não foi o sucesso comercial que esperávamos que fosse, mas atingiu nossas expectativas quanto produção. Já seu ressurgimento (Tagmar 2) como um produto "open source" foi um sucesso estrondoso, ultrapassando todas as expectivas que tínhamos sobre o relançamento.

SdM - E houveram problemas ligados ao jogo encontrados na época?

MR - Olha, a publicação pela editora GSA, que foi criada pelos próprios autores, foi uma escolha bastante ruim, pois éramos escritores, sabíamos fazer o RPG, criar as coisas, mas não éramos bons comerciantes, e foi difícil lidar com tudo que envolve uma editora e criar o material. Na época, todo mundo queria ser uma TSR, mas talvez se tivessemos optado por uma editora maior, poderíamos ter conseguido uma sucesso comercial realmente bom!

SdM - Mas certamente o legado deixado pelo jogo compensou isso?

MR - Sim! Tagmar é um divisor de águas no cenário do RPG nacional. Muitos outros RPG's surgiram depois dele, foi fonte de inspiração para muita gente que viu que era possível fazer algo diferente, inclusive, comercialmente falando, aqui no Brasil. O jogo foi realmente um sucesso!

SdM - E existe cobrança de uma nova publicação?

MR - Não mais! Como eu disse, houve um ressurgimento do jogo através do Tagmar II em 2005. Todo material passou a ser diponibilizado no site de maneira 100% gratuita no site do projeto (www.tagmar2.com.br), e isso trouxe um "up" para nosso projeto.

Tagmar II

SdM - Finalizando, na sua opinião, qual foi a contribuição de Tagmar para o atual cenário do RPG nacional?

MR - Como eu disse, muitos outros encontraram em Tagmar a inspiração e o incentivo para escrever suas publicações. A nova versão do jogo por exemplo, veio em um momento onde se falava somente em D20 e OGL e foi, e continua sendo, um sucesso! E não acho que isso seja uma mera coincidência, tanto Tagmar, quanto seu sucessor Tagmar II vieram mostrar que é possível os autores brasileiros criarem e escreverem tão bem, ou melhor que qualquer outro.

Agradecemos ao Marcelo Rodrigues, que estará presente em nossa edição especial de aniversário, a disponibilidade para responder nossas perguntas e esperamos que vocês tenham curtido mais essa entrevista, resgatando as raízes do RPG nacional!

E não se esqueça, dia 23.05, a partir das 12:00 tem Tagmar na edição RPG Brasil. Acesse o link do evento e marque sua presença: https://www.facebook.com/events/957922957593779/957923050927103/

Let's game!

Edson Sorrilha.

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